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“A tendência é essa, exoneração”, diz Bebianno

Gustavo Bebianno Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Da Veja:

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, confirmou neste sábado que ele deve ser exonerado do cargo nesta segunda-feira. “A sinalização é essa. A tendência é essa, exoneração. A hora que sair o papel com a exoneração é porque eu fui exonerado”. Abatido, ele falou com jornalistas ao deixar o hotel onde mora em Brasília.

Na madrugada, ele usou sua conta no Instagram para publicar um texto sobre lealdade. A provável demissão ocorre após ele se desentender com o presidente Jair Bolsonaro, de quem foi um dos auxiliares mais próximos durante a campanha eleitoral e a montagem do novo governo. Apesar de em nenhum momento citar nominalmente o presidente, a mensagem parece ser um claro recado a Bolsonaro.

“Uma pessoa leal, sempre será leal. Já o desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça”, postou ele num texto atribuído ao escritor Edgard Abbehusen. “E repare: quando perdemos por ser leal mantemos viva a honra. Saímos de qualquer lugar com a cabeça erguida ao carregar no coração a lealdade. É ela quem conduz os passos das pessoas que jamais irão se perder do caminho. Que jamais irão se entregar às turbulências. Que jamais irão se entregar às circunstâncias”, completou.

Na tarde desta sexta-feira, Bebianno teve um encontro ríspido com Bolsonaro. Na ocasião, o ministro disse ao presidente que ele foi desleal, que se sentia vítima de uma traição e que “um comandante não pode alvejar um soldado pelas costas”. Bolsonaro teria dito a aliados que resolveu demitir Bebianno por quebra de confiança.

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A exoneração de Bebianno deve ser formalizada na segunda-feira, conforme aliados. O deputado delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, disse a VEJA que o ministro “não fica mais”. “É a única informação que eu tenho”. Na manhã deste sábado, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi escalado para ir ao Palácio da Alvorada conversar com Bolsonaro para tentar costurar uma solução para a controversa demissão. Ficou no local por cerca de uma hora e saiu sem falar com a imprensa. Nos últimos dias, Waldir e Lorenzoni chegaram a defender a permanência de Bebianno no cargo.

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