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Antes de morrer, Bruno denunciou presidente da Funai por trabalhar para ruralistas

Bruno Pereira já havia denunciado o presidente da Funai por trabalhar para ruralistas
Indigenista Bruno Pereira morto durante investigações na Amazônia
Foto: Reprodução

Em 2019, o pastor Ricardo Lopes Dias substituiu Bruno Pereira, que foi exonerado da Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) da Funai. No entanto, o religioso não entendia a respeito das políticas de não contado absoluto com indígenas de comunidades do Vale do Javari. Em áudio, o indigenista denunciou a ligação entre Lopes e ruralistas, além do próprio presidente da Funai, Marcelo Xavier.

Os riscos do rompimento do acordo de zero contato era um dos medos do indigenista. O pastor ficou na área de dos povos isolados e de recente contato por nove meses, entre fevereiro e novembro de 2020.

“Na Funai, ele [Ricardo Lopes Dias] é motivo de chacota. Quem segura ele é a bancada evangélica, junto com a Damares, né? E já estava se construindo, o cara deixando na mão, um bombardeio danado na questão dos índios isolados. [Ele] não sabe nem como lidar”, declarou Bruno

“E eu acho, aqui de bastidores também, que ele não entrega o que o presidente (Marcelo Xavier) quer, os produtos que o presidente quer. O presidente é ligado aos ruralistas, né? E aí entram os empreendimentos, assim assado, não é? Então o cara (Ricardo Lopes Dias) está ‘sobrecarregado’”, continuou. Na época, pouco tempo depois o pastor deixou o cargo.

Bruno teve seu corpo encontrado juntamente com o do jornalista Dom Phillips após ambos entrarem na região do Javari, e ficarem desaparecidos. A justiça tem investigado o caso e três suspeitos já foram presos.

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