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Astronauta de Bolsonaro anuncia medicamento de eficiência não comprovada contra coronavírus e é criticado

6.ago.2019 – Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do DW

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) informou nesta quarta-feira (15/04) que o governo federal testará em pacientes com covid-19 um novo medicamento que, segundo o órgão, diminuiu em 93,4% a carga viral em células infectadas pelo coronavírus Sars-Cov-2 em testes realizados em laboratório.

Trata-se de um medicamento aplicado no tratamento de outras doenças, cujo nome não foi divulgado para evitar uma correria às farmácias, como ocorreu no caso da cloroquina, segundo afirmou o ministro Marcos Pontes.(…) Pontes disse que o medicamento é desenvolvido por cientistas brasileiros e tem formulação pediátrica, além de ser vendido a preço acessível e ter “muito pouco efeito colateral”.(…)

Alguns especialistas contestaram as informações divulgadas pelo MCTIC, afirmando que os resultados de testes in vitro quase sempre não se confirmam em humanos. “Os cientistas fazem centenas, pra não dizer milhares, de testes in vitro. Quase sempre todos são muito bem-sucedidos.

É uma ferramenta primitiva que não dá base para imaginar que isso possa funcionar em um organismo vivo”, afirmou o infectologista José David Urbaéz Brito, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, ao portal de notícias UOL. Brito qualificou o anúncio de Pontes como “irresponsável” e um “desserviço” à população, e criticou a ausência de testes do medicamento em animais, o que, segundo os especialistas, seria uma etapa essencial do processo, antes de serem realizados os testes em humano

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