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Biden nomeia deputada indígena crítica de Bolsonaro para cargo de secretária do Interior

Da Veja

A deputada Deb Haaland, indicada por Joe Biden para seu gabinete Stephen Maturen/AFP

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, escolheu a deputada Deb Haaland como sua secretária do Interior, a primeira americana indígena no cargo. A indicação pode colocar ainda mais uma pedra no caminho de Jair Bolsonaro para manter as boas relações com Washington, já que Haaland se manifestou publicamente contra as políticas do líder brasileiro em mais de uma ocasião.

Eleita em 2018, Haaland é deputada pelo estado do Novo México e membro da comunidade Laguna Pueblo. Se confirmada pelo Senado, ela será a primeira mulher indígena a chefiar um órgão governamental desse nível. Sua nomeação também corresponderia à intenção divulgada de Biden de constituir o gabinete mais diverso da história da Casa Branca.

Em março de 2019, a congressista assinou um artigo com a deputada deputada brasileira Joênia Wapichana (Rede-RR), para o jornal The Washington Post, criticando as políticas climáticas dos governos de Donald Trump e Bolsonaro. Seu nome ainda consta na carta enviada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedindo que os deputados brasileiros não aprovassem o Projeto de Lei 2633/2020, que ficou conhecido como “PL da Grilagem”.

Em julho deste ano, Haaland liderou um grupo de deputados democratas que se mobilizou para dificultar a implementação de dois acordos entre Brasil e Estados Unidos. Os alvos dos congressistas eram o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que viabilizava a utilização pelos EUA da Base de Alcântara, no Maranhão, e os acordos derivados do reconhecimento do Brasil como aliado preferencial extra-Otan de Washington. (…)