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Bolsonaro se reuniu com Pedro Guimarães em pelo menos 27 lives

Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro
Foto: Isaac Nobrega/PR

Com a demissão de Pedro Guimarães do comando da Caixa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) perde um de seus interlocutores favoritos nas transmissões que faz pelas redes sociais.

Um levantamento no canal oficial de Bolsonaro no YouTube indicou que o atual chefe do Executivo federal chamou Guimarães para suas lives semanais ou transmitiu conteúdo estrelado pelo gestor exonerado na quarta-feira (29/06) pelo menos 27 vezes desde o início do governo, em 2019.

O número de aparições pode ser maior, já que dezenas de postagens de Bolsonaro foram excluídas pelas redes sociais nos últimos anos por descumprimento de regras das plataformas contra a difusão de informações enganosas.

Das 27 aparições de Guimarães no YouTube do presidente, três ocorreram este ano; 12 ao longo de 2021; oito em 2020 e quatro em 2019. Além de participar de dezenas de edições das lives de quinta-feira, que Bolsonaro realiza desde o primeiro ano de seu governo, Pedro Guimarães foi prestigiado em outros momentos em que o presidente da República buscava notícias positivas sobre realizações do governo.

Mesmo sem aparecer diretamente, Guimarães foi elogiado ou acionado por Bolsonaro outras diversas vezes ao longo desses quase quatro anos de relação profissional entre os dois. Em dezembro do ano passado, por exemplo, o presidente atendia militantes no cercadinho do Palácio da Alvorada quando uma apoiadora lhe relatou problemas com uma dívida. Bolsonaro então ligou para o presidente da Caixa.

“Tem uma senhora aqui que quer renegociar a dívida dela, eu falei que ia ligar pra você. A negociação não tem privilégio para ninguém, todo mundo é atendido da mesma forma, mas ela queria apertar tua mão aí na Caixa, ok?”, disse o presidente, em frente a seus fãs.

Guimarães caiu nas graças de Bolsonaro por ter conquistado a simpatia do presidente da República com sua lealdade e senso político. O protagonismo da Caixa na promoção de políticas de transferência de renda que ganharam importância nos últimos anos, como o Auxílio Emergencial contra o coronavírus, também ajudou o ex-gestor do banco público a ganhar muito espaço entre os aliados de Bolsonaro.

Pedro Guimarães foi exonerado no final da tarde de quarta, menos de 24 horas após o Metrópoles revelar que o agora ex-presidente da Caixa é acusado de assédio sexual por um grupo de funcionárias do banco. O caso é investigado, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal. Em carta de demissão, Guimarães garantiu que as acusações “não são verdadeiras”.

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