Bolsonaro quer criar taxa para o Auxílio Brasil e usar verba para fins eleitorais

Foto: Marcelo Camargo
A PEC de Bolsonaro para reformular o Auxílio Brasil, prevê uma taxa operacional de 5% do valor total previsto para o gasto do programa, que é de R$ 26 bilhões. Isso significa que Jair Bolsonaro (PL) terá em mãos, caso seja aprovado pelo Congresso, R$ 1,3 bilhão sem necessidade alguma, apenas para fins eleitorais.
Embora o governo federal não confirme, parlamentares de oposição indicam que este valor deverá ser utilizado como uma espécie de salvo conduto para Bolsonaro em publicidade. Isso significa que a estratégia é ter esses R$ 1,3 bilhão previstos já no Orçamento do próprio Auxílio Brasil para fazer publicidade do programa na TV e na internet durante o período eleitoral.
Embora vedado pela Constituição, a propaganda pode ser feita, principalmente em caso de emergência, como Bolsonaro pretende com a mudança da lei. Com isso, ele poderá até divulgar os feitos do Auxílio Brasil, tentando angariar votos, justamente com essa manobra de taxa operacional.
Mas essa não parece ser a única estratégia de Bolsonaro. A ideia do governo federal é mudar os cartões do Auxílio Brasil, já que ainda são usados com a marca do Bolsa Família e a equipe de marketing do presidente entende que isso pode ligar o benefício ao seu principal concorrente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ou seja, para aumentar o Auxílio Brasil, Bolsonaro quer aproveitar para usar a verba e fazer propaganda eleitoral para si próprio.