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Bolsonaro se contradiz e agora alega que “não teve nenhum acordo” com Moro

Bolsonaro e Moro. Fotos: Agência Brasil

Reportagem de Gustavo Maia no Globo informa que, quatro dias depois de dizer que vai indicar o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, para a primeira vaga no Supremo Tribunal Federal ( STF ), porque firmou “um compromisso” com ele, o presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira que não houve “nenhum acordo” com o ex-juiz federal. A declaração ocorreu em transmissão pelo Facebook, diretamente de Dallas, nos Estados Unidos, de onde o presidente decola ainda nesta noite rumo ao Brasil. “Eu quero deixar bem claro. Quem me acompanhou ao longo de quatro anos pelo Brasil, eu sempre falava que precisamos de alguém no Supremo com o perfil do Sergio Moro. Isso que foi falado. E agora, por exemplo, perguntaram pra mim se tivesse que indicar alguém hoje pro Supremo, eu indicaria o Moro. Não teve nenhum acordo, nada, nunca ninguém me viu com o Moro”, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao período pré-eleitoral.

De acordo com a publicação, no domingo, em entrevista a Milton Neves na rádio Bandeirantes, a versão apresentada pelo presidente foi diferente. “Fiz um compromisso com ele (Moro), porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: a primeira vaga que tiver lá está à sua disposição. Obviamente, ele teria de passar por uma sabatina no Senado. Eu sei que não lhe falta competência para ser aprovado lá. Mas uma sabatina técnico-política. Eu vou honrar esse compromisso com ele – disse Bolsonaro. — Caso ele queira ir para lá, será um grande aliado, não do governo, mas dos interesses do nosso Brasil dentro do Supremo. A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com Moro, e, se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso. Acho que a nação toda do Brasil vai aplaudir um homem desse perfil no Supremo”, complementou.

Na segunda, após a entrevista, Moro afirmou não ter imposto a indicação ao STF como condição para assumir o Ministério da Justiça , mas disse ter ficado “honrado” com a promessa feita pelo presidente. Em declaração à imprensa no mesmo dia, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro acredita que o ministro “tem as condições éticas, morais e intelectuais para assumir um cargo importante como este”, completa o Jornal O Globo.