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Caixa se contradiz e afirma que recebeu denúncias contra Pedro Guimarães por canal

Fenae exige afastamento de Pedro Guimarães e investigação de denúncias. Imagem: Reprodução.

Após Pedro Guimarães deixar a presidência da Caixa por denúncias de assédio sexual contra funcionárias do banco, a instituição se pronunciou nesta quinta-feira (30) e disse ter recebido queixas no mesmo sentido.

O posicionamento divulgado pelo órgão nesta quarta-feira (29) vai de encontro com a nota enviada ao Metrópoles na terça-feira (28), diz em que o portal publicou a reportagem que revela as acusações contra Guimarães por assédio.

Na ocasião, o banco informou que não tinha conhecimento das denúncias. No novo comunicado, porém, a Caixa justifica que os processos correm sob sigilo na Corregedoria e, por isso, não são de conhecimento de outras áreas.

As vítimas disseram ao Metrópoles que não denunciaram antes as situações por medo de serem perseguidas. Elas afirmam não confiar nos canais de denúncias internas do banco. Uma das servidoras contou que uma colega de trabalho tentou expor o assédio de Guimarães, mas que logo depois a “denúncia” chegou ao gabinete do então presidente.

A Caixa repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relato de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco”, diz o pronunciamento.

De acordo com três ex-dirigentes da Caixa, o comando do banco sabia dos casos de assédio e acobertou as denúncias, inclusive com promoções.

A instituição tomou conhecimento das acusações em 2019, quando Guimarães assumiu a presidência. Foi nessa época que os primeiros casos chegaram aos canais de denúncia.

As mulheres vítimas de assédio que aceitavam não levar adiante as denúncias eram transferidas, recebiam cargos em outras instituições públicas ou passavam temporadas no exterior fazendo cursos.

Já os funcionários que ajudavam Guimarães a acobertar os casos chegaram até a receber promoção. Outros executivos da instituição deixaram o banco porque não aguentaram o ambiente de assédio, tanto moral como sexual.

De acordo com um ex-dirigente, Guimarães gritava com auxiliares e xingava subordinados com palavrões em reuniões do conselho e da diretoria.

O presidente do banco ainda pressionava as áreas de “compliance” e a ouvidoria, segundo outro relato.