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Com demissões e piora nas receitas, Globo lucra com dólar na crise econômica

POR PEDRO ZAMBARDA

O Grupo Globo divulgou no dia 18 de março um balanço informando que lucrou R$ 3,06 bilhões no ano passado, 30% a mais na comparação com 2014. O aumento dos ganhos se deu por causa de um procedimento chamado “operações de hedge”.

Hedge é um procedimento financeiro usado para proteção dos ativos da empresa, os bens que ela possui. Evita a desvalorização deles num momento de vulnerabilidade econômica.

A Globo fez isso comprando dólares quando as cotações estavam mais baixas, na casa de R$ 2 até R$ 3, e manteve essas reservas quando o câmbio disparou para R$ 4 em 2015. O dinheiro guardado deixa a companhia valorizada num período de crise.

Mas a empresa não se deu bem na crise apenas utilizando o dólar. Melhorou resultados também numa redução de pagamento de impostos. O imposto de renda e contribuição social pagos no ano passado da empresa caíram de R$ 1,995 bilhão para R$ 1,223 bilhão no resultado final de 2015.

Com essa situação, os investimentos foram reduzidos. As despesas financeiras do grupo aumentaram de R$ 875 milhões para R$ 1,47 bilhão no balanço.

Em 2015, só no jornal O Globo ocorreram 40 cortes. No grupo todo, estima-se que 300 profissionais principalmente da área de jornalismo perderam seus empregos.

O Jornal Nacional, carro-chefe da TV do grupo, caiu de 36,8 pontos no Ibope para 19,7 pontos em 10 anos. Quase metade da audiência deixou de assisti-lo: 47%.

Nesse período de decadência editorial, os governos de Dilma e Lula investiram R$ 6,2 bilhões de publicidade federal só na emissora.