Comando da Caixa usou até promoções para acobertar denúncias de assédio sexual

De acordo com três ex-dirigentes da Caixa Econômica Federal, o comando do órgão sabia dos casos de assédio do agora ex-presidente Pedro Guimarães, demitido nesta quarta-feira (29), e acobertou as denúncias, inclusive com promoções.
O banco tomou conhecimento das acusações em 2019, quando Guimarães assumiu a presidência. Foi nessa época que os primeiros casos chegaram aos canais de denúncia.
As mulheres vítimas de assédio que aceitavam não levar adiante as denúncias eram transferidas, recebiam cargos em outras instituições públicas ou passavam temporadas no exterior fazendo cursos.
Já os funcionários que ajudavam Guimarães a acobertar os casos chegaram até a receber promoção. Outros executivos da instituição deixaram o banco porque não aguentaram o ambiente de assédio, tanto moral como sexual.
De acordo com um ex-dirigente, Guimarães gritava com auxiliares e xingava subordinados com palavrões em reuniões do conselho e da diretoria.
O presidente do banco ainda pressionava as áreas de “compliance” e a ouvidoria, segundo outro relato.