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Comissão de Direitos Humanos contesta laudo da PF sobre morte de líder indígena

Polícia Federal. Foto: Divulgação/Twitter

Reportagem de Victor Vidigal no G1 AP.

Representantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados se pronunciaram neste sábado (17), em Macapá, contestando o laudo preliminar apresentado pela Polícia Federal (PF) que sugere como afogamento a causa da morte da liderança indígena Emyra Waiãpi, em julho no Amapá.

A posição contrária ao documento apresentado pela polícia, se baseia em um vídeo feito pelos indígenas logo após o corpo de Emyra ter sido encontrado, no dia 27 de julho. No registro é mostrado cortes no rosto, cabeça e região genital do cacique. A gravação está circulando nas redes sociais, mas ainda não foi divulgada oficialmente.

A perícia, realizada por dois médicos legistas Polícia Técnico-Científica (Politec) do Amapá, no dia 2 de agosto, indica que não houve “lesões de origem traumática” e nem “sulcos evidenciáveis de enforcamento” no pescoço do indígena. Ainda afirma que a lesão na cabeça da vítima foi considerada pelos médicos como superficial pois “não atingiu planos profundos, e que não houve fraturas”.

O corpo do indígena foi exumado, ao longo de duas horas, com autorização da família e de outros líderes indígenas, respeitando as tradições daquele povo.

A PF ainda aguarda o resultado do laudo toxicológico complementar, onde é examinado o que foi coletado dos órgãos internos de Emyra. As amostras estão sendo analisadas no Laboratório de Toxicologia Forense, com previsão de entrega em 30 dias.

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