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Comportamento de Bolsonaro, que só pensa na reeleição, levou Molon a apresentar emenda

Alessandro Molon. Foto: Reprodução/Twitter

Do ESTADÃO:

1.Por que apresentar agora uma PEC para acabar com o instituto da reeleição para presidentes, governadores e prefeitos?

Desde o início da pandemia, percebi que a conduta inconsequente do presidente da República, Jair Bolsonaro, tinha como um dos seus elementos a obsessão dele com sua própria reeleição. Percebi que ele estava colocando em risco a vida da população, com o objetivo de evitar a queda dos números da Economia, pensando única e exclusivamente em si mesmo, no que isso poderia representar para o projeto dele. E isso soou pra mim como confirmação de que esse instituto da reeleição só fez mal ao Brasil, com raríssimas exceções.

2.Em artigo ao Estadão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma mea culpa e admitiu ser um erro o instituto da reeleição. O senhor concorda com ele então?

A posição do FHC serviu como um novo impulso para essa necessidade, visto que o próprio criador da ideia reconhece o seu fracasso.

3.A proposta do senhor não traz um período de transição, teria validade imediata. Mudar a regra no meio do jogo não pode ser classificado como casuísmo e provocar críticas?

A reeleição não é direito adquirido. E, da mesma forma como quando a emenda da reeleição foi aprovada valeu imediatamente, aplicando a Fernando Henrique que estava no mandato, extinta ela se aplica imediatamente a quem quer que esteja no mandato e em todos os mandatos, presidentes, governadores e prefeitos.

4.Há quem defenda o fim da reeleição, mas com o aumento do mandato dos atuais quatro para cinco anos. O senhor concorda com isso?

Eu não proponho na PEC mudança do tempo de mandato. Acredito que isso é uma outra discussão para ser feita em outro momento.

(…)