Crianças que tiveram síndrome grave através da covid ficam com sequela; Saiba qual

As crianças que desenvolveram a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) em razão da Covid-19 continuam com alterações nos vasos sanguíneos que nutrem o músculo do coração seis meses após a alta hospitalar, diz a Folha de S.Paulo.
Mas não apresentam sintomas, como cansaço, o que pode deixar o quadro passar despercebido pela família e pelos médicos.
Alerta vem de um novo estudo do ICr (Instituto da Criança e do Adolescente) do Hospital das Clínicas de São Paulo e reforça a necessidade de acompanhamento a longo prazo das crianças que tiveram a síndrome após a covid. Essas alterações, se persistirem, levam a um aumento do risco de infarto e insuficiência cardíaca na vida adulta.
A síndrome é uma condição rara. Atinge uma a cada 3.000 crianças e jovens abaixo de 21 anos que contraem covid. Ocorre devido a uma reação intensa do sistema imunológico para tentar combater o coronavírus e pode acometer vários órgãos vitais, como o coração. A taxa de mortalidade no Brasil é de 6%, quatro vezes inferior à dos Estados Unidos.
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Estudo aponta persistência de alterações após alta de crianças
Estudo do ICr é o primeiro a apontar a persistência dessas alterações seis meses, em média, após a alta da criança. Uma outra pesquisa publicada no mês passado no Journal of the American Heart Association sugeriu que o coração das crianças afetadas pela SIM-P se recupera no período de uma semana a três meses.
Instituto da Criança acompanha o impacto da covid nas crianças desde a primeira onda da doença, em 2020. No estudo, já aceito na revista científica voltada à área cardiológica Microcirculation, foi avaliado um grupo de seis crianças (três meninas e três meninos) com idade média de nove anos, internadas no instituto entre julho de 2020 e fevereiro de 2021.