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Cunha pediu impeachment após desconfiar que Janot agiria

Da coluna de Mônica Bergamo:

 

Eduardo Cunha decidiu deflagrar o impeachment depois de também detectar sinais de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderia pedir ainda nesta semana ao STF (Supremo Tribunal Federal) o afastamento dele da presidência da Câmara dos Deputados.

ALGEMA
Cunha acha que agora Janot fica de mãos atadas. Qualquer movimento do procurador-geral poderia voltar a ser classificado pelo presidente da Câmara como iniciativa pró-governo, para livrar Dilma Rousseff do processo de impeachment.

TÃO BONZINHO
Cunha se considerou ludibriado pelo governo. Ele acha que o ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, sempre soube que os parlamentares do PT votariam pela abertura do processo de cassação dele. Mas fingia tentar convencê-los apenas para ganhar tempo.

TÃO BOAZINHA
Um dos ministros mais próximos de Dilma confirma à coluna que a suspeita de Cunha de que foi “enrolado” tem base na realidade. “O governo precisava empurrar e evitar que ele abrisse o impeachment antes da quarta-feira [dia 2], para ter tempo de aprovar a mudança na meta fiscal, afirma. Apesar de divergências internas no governo, “a Dilma nunca quis negociar com ele”, afirma o mesmo ministro.

DOCE ILUSÃO
Um aliado de Cunha admite que o presidente da Câmara, nesse sentido, “vacilou”. “Ele queria propor a abertura do impeachment na terça, mas decidiu esperar mais um dia na esperança de que Jaques Wagner virasse os votos do PT” na Comissão de Ética que vai julgá-lo.