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Damares indica para Funai general que descumpriu quarentena para trabalhar em mineradora

Do Globo

General Franklimberg Ribeiro de Freitas (Fotos Alberto César Araújo/Aleam)

O general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, que presidiu a Fundação Nacional do Índio (Funai) entre maio de 2017 e abril de 2018, vai voltar a dirigir o órgão. Ele foi escolhido pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. A Funai era vinculada ao Ministério da Justiça até o final do ano passado e foi remanejada de pasta no redesenho de atribuições da Esplanada sob protestos de lideranças indígenas.

Após ser demitido da Funai, o general assumiu sem cumprir quarentena o cargo de presidente do conselho consultivo para assuntos indígenas da mineradora canadense Belo Sun, que tem projetos de exploração mineratória no Brasil próximos de terras indígenas.

Ele nem chegou a consultar a Comissão de Ética Pública da Presidência da República sobre a necessidade de ficar afastado por seis meses de funções relacionadas às atividades na Funai. Após o GLOBO revelar a contratação, em junho, a Comissão de Ética abriu um processo para apurar o caso e determinou, em setembro, que ele deveria cumprir a quarentena.

Franklimberg deixou a Funai por pressão da bancada ruralista. Quarenta deputados e senadores da Frente Parlamentar Agropecuária chegaram a entregar uma carta ao então presidente Michel Temer com um pedido de afastamento imediato dele, o que foi cumprido dias depois.

O comunicado ao mercado sobre a indicação do general foi feito em junho pela mineradora. Assim, Franklimberg chegou à função na empresa menos de três meses depois de deixar a Funai, o que significaria um desrespeito à lei de conflito de interesses, em vigor desde 2013.

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