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Direita boliviana tentou usar mercenários dos EUA para impedir posse de Arce

Arce

Um funcionário do último governo boliviano planejou a utilização de centenas de mercenários dos EUA para reverter os resultados da eleição de outubro de 2020 do país sul-americano, de acordo com documentos e gravações de áudio de chamadas telefônicas obtidas pelo Intercept.

O objetivo do recrutamento de mercenários era impedir que Luis Arce assumisse a presidência em nome do Movimento al Socialismo, ou MAS, o partido do ex-presidente Evo Morales. A trama prosseguiu mesmo após Arce, aliado de Morales, vencer a disputa por larga margem, ganhando 55% dos votos no primeiro turno e eliminando a necessidade de uma nova votação em segundo turno.

Em uma das gravações vazadas, uma pessoa identificada como Ministro da Defesa da Bolívia disse que estava “trabalhando para evitar a aniquilação do país”. As forças armadas e o povo precisavam “se levantar”, acrescentou, “e impedir um governo de Arce. … As próximas 72 horas serão cruciais.”

O plano parece ter sido minado por discordâncias entre ministros e por divisões dentro das forças armadas, pressionadas pela convincente vitória de Arce em 18 de outubro de 2020. A ideia nunca foi executada, e vários altos funcionários do governo cujo mandato chegava ao fim fugiram da Bolívia ou foram presos por outras acusações relacionadas à corrupção e seu suposto papel no golpe de 2019.