Discurso de Bolsonaro na ONU vai deixar agenda ambiental de lado e realçar patriotismo
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (20) que prepara um discurso centrado em patriotismo e soberania para abrir a Assembleia-Geral das Nações Unidas, na próxima terça-feira (24), em Nova York. Bolsonaro afirmou ainda que não irá “apontar o dedo para nenhum chefe de Estado”. Tradicionalmente, o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU cabe ao Brasil.
O evento mais importante do calendário da ONU colocará em um mesmo recinto Bolsonaro e alguns de seus desafetos europeus, como a premiê alemã, Angela Merkel, e, principalmente, o presidente francês, Emmanuel Macron. Bolsonaro e Macron vêm se estranhando desde o início da crise ambiental provocada pelas queimadas na Amazônia. A retirada de fundos bilionários para a preservação da Amazônia também causaram mal-estar com governos de países como a Alemanha e a Noruega.
“Não vamos fulanizar, apontar o dedo para nenhum chefe de Estado. A ideia é fazer um pronunciamento falando de quem nós somos, das nossas potencialidades, o que mudou no Brasil também”, disse. “Não tem mais aquela questão ideológica. E estamos nos aproximando do mundo todo.”
Bolsonaro criticou os discursos feitos por seus antecessores em outros anos, que, segundo ele, não diziam “nada”. E prometeu que seu pronunciamento na tribuna da ONU será diferente. “Eu ouvi pronunciamentos anteriores de outros chefes de Estado do Brasil. No passado, tinha muita… Falava, falava, falava e não dizia nada”, afirmou. “Nós vamos falar do patriotismo nosso, da questão da soberania, do que o Brasil representa para o mundo.”