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Documentos mostram que Ciro Gomes defendeu anistia de torturadores quando era estudante

Do UOL:

Ciro Gomes. Foto: Sérgio Lima / Poder 360

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) foi monitorado por órgãos de inteligência das Forças Armadas durante a ditadura e após o fim do regime militar. Fichas armazenadas pelo extinto SNI (Serviço Nacional de Informações, criado em 1964 e extinto em 1990) contêm relatos feitos por militares sobre a vida política de Ciro Gomes, como a sua prisão em 1979 durante uma greve em Fortaleza, e contam detalhes de um encontro estudantil em que ele se posicionou contra o julgamento de torturadores que atuaram durante a repressão. (…)

Os documentos obtidos pelo UOL estão armazenados no Arquivo Nacional e foram produzidos entre 1979 e 1988. Eles compreendem o período em que Ciro foi militante estudantil, deputado estadual e concorreu ao cargo de prefeito de Fortaleza (CE). Mesmo com o fim da ditadura, o SNI continuou a funcionar até ser extinto pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo, hoje no PTC, em 1990. (…)

Foto: Reprodução/UOL

No momento em que os participantes debatiam a Lei da Anistia, sancionada na semana anterior pelo então presidente João Baptista Figueiredo, Ciro mostrou-se favorável à anistia dada aos torturadores da ditadura militar.

“O estudante Ciro Ferreira Gomes considerou que deveria ser esquecida a ideia de julgamento de torturadores […] uma vez que não há documentação legal que comprove os crimes da repressão”, diz um trecho do documento.

Em outro trecho, o relatório do Cisa-RJ detalha a posição de Ciro Gomes sobre o assunto. Segundo os agentes que produziram o documento, Ciro parecia se preocupar com o fato de que a insistência na punição aos torturadores do regime militar pudesse endurecer a repressão.

“Que a expressão ‘punição dos torturadores’ era por julgamento sumário e não se pretendia isso, e sim o julgamento dos torturadores; mas que essa composição poderia dar à ditadura uma ideia de revanchismo, o que poderia endurecer ainda mais o regime”, teria dito Ciro Gomes.

(…)
PS do DCM: Matéria publicado pelo UOL em agosto de 2018.