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Em 2 anos de governo, Bolsonaro deixa de lado ao menos 12 promessas de campanha

Do Estadão:

A poucos dias da segunda metade de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro ainda não imprimiu uma marca de eficiência na máquina pública, arquivou promessas e retrocedeu nas ações sociais. Levantamento feito pelo Estadão indica que ao menos 12 medidas de impacto na política e na economia, anunciadas na campanha de 2018 e nos primeiros meses de governo, foram deixadas de lado, como privatizações, reforma tributária e apoio à Lava Jato. Em dois anos de gestão, prevaleceram discursos ideológicos, alianças com partidos do Centrão e “agendas” de família.

O presidente atuou nas redes sociais sob influência do “gabinete do ódio”, comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho “02”. Além disso, tentou frear denúncias envolvendo o primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), alvo de inquérito que investiga um esquema de rachadinha à época em que ele era deputado estadual no Rio.

Nas transmissões ao vivo na internet, Bolsonaro recorreu a discursos sob medida para apoiadores radicais. Mas, se por um lado não atendeu às expectativas do mercado e da opinião pública, por outro, temas da pauta de costumes – como redução da maioridade penal, Escola Sem Partido e “banimento de marginais vermelhos” – só apareceram para manter a tropa unida em momentos de crise. Na economia, reformas desidratadas foram encaminhadas ao Congresso sem uma articulação política capaz de viabilizá-las. A simplificação de tributos e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até cinco salários nunca saíram do papel. Até mesmo a reforma previdenciária, aprovada no ano passado, foi arquitetada no governo de Michel Temer.

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