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Empresa de Jorge Lemann é alvo de investigação nos Estados Unidos e perde US$ 12 bilhões em valor

Da Agência Reuters.

As ações da gigante americana de alimentos Kraft Heinz — que tem o grupo 3G, do bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann, entre seus controladores — despencaram 21% no pré-market desta sexta-feira, depois de a empresa divulgar na véspera que está sendo alvo de investigação da Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA), por questões relacionadas às práticas contábeis da empresa. Na abertura da Bolsa de Nova York, a queda era de 26%. A empresa também informou prejuízo trimestral, uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões de suas marcas mais conhecidas —Kraft e Oscar Mayer, e redução de seus dividendos. Além do 3G, a Kraft tem entre seus sócios a Berkshire Hathaway, do megainvestidor americano Warren Buffett.

A queda no after market de quinta-feira na Bolsa de Nova York significou uma perda de US$ 12,6  bilhões em valor de mercado da Kraft Heinz, dona das marcas de queijo Velveeta, do ketchup Heinz e do creamcheese Philadelphia,  e deixou suas ações sendo negociadas no ponto mais baixo desde que a Heinz comprou a Kraft Foods em 2015, para criar a quinta maior empresa de alimentos e bebidas do mundo.

Na quinta-feira, a Kraft informou que recebeu uma intimação da SEC em outubro para dar explicações sobre suas políticas contábeis e de controle interno. E acrescentou que está cooperando totalmente com o xerife do mercado de capitais americano e que lançou uma investigação interna depois de receber a intimação.  A Kraft Heinz disse que registrou um aumento de US $ 25 milhões nos custos dos produtos vendidos como resultado dessa investigação. A empresa revelou ainda que cortou seu dividendo de US$ 0,62 (esperado pelo mercado) para US$ 0,40  por ação, uma queda de 36% em relação ao seu dividendo trimestral anterior.

Os sombrios resultados e previsões da empresa, refletem mudanças nas tendências de consumo, de alimentos processados para alternativas mais saudáveis.

“Os resultados da Kraft Heinz confirmaram todos os nossos piores medos — até mais do que isso, disse Laurent Grandet, analista da Guggenheim Partners, em nota.

A baixa contábil de US$ 15,4 bilhões indica um declínio nas fortunas das marcas icônicas e outras perdas no valor dos ativos, o que significa que a empresa vê esses ativos como menos valiosos do que antes da fusão.

“Esperamos dar um passo para trás em 2019”, disse o diretor financeiro, David Knopf, a analistas, em teleconferência pós- divulgação dos resultados, prometendo “crescimento consistente de lucro” a partir de 2020.

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Lemann