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“Estamos profundamente perturbados”, diz ONU sobre chacina em Jacarezinho

Da Coluna de Jamil Chade no UOL:

Organizações e as comissões de Direitos Humanos da Alerj e da OAB-RJ conseguiram acesso a seis casas e os sinais são de arrombamento, com civis mortos e sem marcas de troca de tiros. “Foi execução”. Foto: Renato Moura/A Voz das Comunidades

O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos criticou a violência da operação policial no Rio de Janeiro e pediu que investigações imparciais sejam abertas. “Estamos profundamente perturbados pelas mortes de 25 pessoas numa operação policial”, disse Ruppert Colville, porta-voz da ONU, numa coletiva de imprensa em Genebra nesta sexta-feira.

Segundo ele, tal caso confirma a tendência de uso excessivo de força por parte dos agentes policiais. Para ele, o modelo de policiamento de favelas precisa ser repensado pelo país e um debate deve ser aberto.

Nesta quinta-feira, uma operação policial deixou ao menos 25 mortos na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro. Apesar de o ato ter se transformado na operação mais letal da história da cidade, o governo estadual indicou que a ação foi orientada por “inteligência e investigação”. Mas grupos como a Anistia Internacional, Comissão Arns e Human Rights Watch denunciaram a operação como um exemplo da violência policial no país.

(…) De acordo com a ONU, é “especialmente perturbador” que a operação tenha ocorrido depois que que o Supremo Tribunal Federal, em 2020, determinou limites para ações policiais nas favelas durante a pandemia da covid-19.

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