“Falar de covid corta o clima”, diz playboy da noite carioca

(Foto: Ari Kaye)
O ator e DJ Caio Pozes, que participou da novela “A dona do pedaço” da Globo, falou em coluna publicada na Época que ao ficar com meninas em festas durante pandemia não se fala sobre a covid-19, pois segundo ele, ‘todo mundo de saco cheio de falar de doença’: “Imagina que você está quase beijando alguém e a pessoa pergunta: e aí, você já teve Covid? Corta o clima!”.
Confira alguns trechos abaixo:
Tudo indicava que 2020 seria o meu ano. Depois de anos batalhando por um trabalho como ator, fiz a novela A dona do pedaço (Rede Globo) e fui chamado em seguida para interpretar o mensageiro de hotel Alessandro, na trama Amor sem igual (Rede Record). Mas veio a pandemia e o isolamento social e tudo foi cancelado. Confesso que fiquei deprimido. Procurei malhar em casa, fazer ioga, estudar inglês pela internet para não me entregar à tristeza. Uma amiga me chamou para ir para Angra dos Reis e aceitei. Acabei ficando lá por quatro meses. Comecei a ficar com ela e, de ficantes, viramos namorados. Confesso que estar comprometido no lockdown facilitou bastante. Acho que os solteiros têm dificuldade em cumprir a quarentena pela falta de sexo, claro. E também pela falta de companhia. Afinal, é muito ruim não ter com quem dividir as angústias do dia.
Até agosto, quando começou a flexibilização, fiz tudo certinho. Antes disso, até fui convidado para ir a uma festa. Quando cheguei na casa do meu amigo, e vi uma galera, fui embora. Não acreditei quando vi um monte de gente aglomerada e sem máscara! Tô fora! Aliás, na quarentena rolou muita reuniãozinha em casas de amigos, dos amigos de amigos. Conheço gente que fala que teve mais comemorações na quarentena do que em épocas normais. Em setembro, quando começou a flexibilização, voltei para o Rio. Precisava arrumar algum trabalho para pagar as contas. Fiquei muito mal porque me vi sem dinheiro. Sem exagero, quase passei fome.
Como gostava de tocar nas festas de conhecidos, resolvi investir na profissão de DJ. Também conheço muitos produtores de eventos e, sendo bem sincero, nesse ramo, quem não é visto, não é lembrado. Então, comecei a ir às festas. Como não tive a Covid, fiquei — e ainda fico! — um pouco neurótico ao ver muita gente junta! Mas essa sensação passa em alguns minutos. Se tivesse empregado, acho que continuaria trancado em casa. Não vou ser hipócrita em negar que me divirto nas comemorações que vou. Meu namoro acabou e fiquei solteiro. Já fiquei com algumas meninas, claro. Ninguém fala da gripe. Acho que está todo mundo de saco cheio de falar de doença. Imagina que você está quase beijando alguém e a pessoa pergunta: e aí, você já teve Covid? Corta o clima! Então, procuro fazer a pessoa rir, falo sobre signo. Nas festas, as pessoas não usam máscara. Eu também não.
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