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Falhas de gestão travam o MEC e colocam em risco as metas na educação

Abraham Weintraub. Foto: Pedro França/Agência Senado

Do Globo:

Nos cinco primeiros meses de governo Bolsonaro, os problemas centrais da Educação não foram atacados. Além da incapacidade de gestão que paralisou o setor, o curto período foi marcado por uma troca de ministro e o corte de verbas de R$ 7,4 bilhões nas despesas discricionárias (as não obrigatórias, que excluem salários e aposentadorias) do MEC, principal motivação das manifestações que paralisaram o país na semana passada. Seis especialistas ouvidos pelo GLOBO listaram os temas urgentes da área nos quais o governo federal deveria estar se concentrando ao menos desde janeiro.

São eles: o financiamento do ensino básico, que precisa ser negociado com o Congresso ainda neste ano e afeta cerca de 40 milhões de alunos em todo o país; a formação de professores, inadequada em todos os níveis; a distorção idade/série, em especial no ensino médio (no qual 28,2% dos alunos não estão na série em que deveriam); o acesso ao ensino superior, que precisa chegar a 50% da população adulta até 2024; os cortes de bolsas de pós-graduação, que ameaçam a produção científica; e a alfabetização — mais da metade dos alunos chega ao terceiro ano do ensino fundamental com níveis insuficientes em leitura e matemática.

Após não dar destaque ao tema Educação durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro assumiu a Presidência sem um plano de governo para lidar com a série de desafios que herdou em uma das áreas prioritárias para o desenvolvimento do país.

De janeiro a maio, o MEC já teve dois titulares (Ricardo Vélez Rodríguez e, desde abril, Abraham Weintraub) e dezenas de trocas em cargos-chave de secretarias e autarquias — como o Inep, responsável pelo Enem. Foi apresentado um decreto de impacto para a área, sobre a nova Política Nacional de Alfabetização, sem detalhamento nem orçamento.

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