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General que duvidou de tortura a Dilma é indicado para Comissão de Anistia

O general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva fará parte da Comissão de Anistia Foto: Reprodução TV Globo / Reprodução TV Globo

Reportagem de Juliana Dal Piva e Bruno Abbud no Globo informa que, entre os novos integrantes da Comissão de Anistia , a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves , indicou para o grupo o general da reserva do Exército Luiz Eduardo Rocha Paiva. Ele foi comandante da Escola de Comando do Estado Maior do Exército e também secretário-geral do Comando do Exército. Ao passar para a reserva, se tornou um dos maiores opositores públicos da ala militar à Comissão Nacional da Verdade. Em 2012, disse em entrevista à colunista do GLOBO Miriam Leitão que duvidava que a ex-presidente Dilma Rousseff tivesse sido torturada . Na ocasião, ao ser indagado sobre se a tortura era justificável, ele questionou: “Sim, ela (Dilma) diz que foi submetida a torturas. A senhora tem certeza?”, afirmou o general Rocha Paiva. “Eu não sei. A senhora quer ver uma coisa? Veja bem: quero um exemplo histórico de uma guerrilha revolucionária marxista, leninista, maoísta que não tenha usado violência, atentados terroristas e violado direitos humanos. Eu quero que me mostre um caso histórico de uma reação a essa esquerda revolucionária que tenha tido um desfecho tão pouco traumático como no Brasil. Porque na realidade, no Brasil, o governo e a oposição legal queriam a redemocratização do país. Então, no governo e na Arena era a redemocratização gradual e segura”, disse ele, à época.

De acordo com a publicação, para o general, o torturador é um criminoso que causa mal a “um inimigo em seus ideais”.

“Eu não estou justificando a tortura. Tortura é crime como o terrorismo é crime. Sou contra endeusar terrorista, sequestrador porque estavam combatendo pela liberdade, porque não estavam. E satanizar o torturador. O torturador é um criminoso que vê a pessoa a quem ele está fazendo mal e ele causa mal a essa pessoa que é inimiga dele, em seus ideais. O terrorista bota bomba no cinema, no saguão do aeroporto e mata mulheres, crianças e até mulheres grávidas”, completa o Jornal O Globo.