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Guedes pediu a cabeça de Weintraub porque ele queria “partir para cima do Supremo”

Guedes e Weintraub

Em entrevista à Veja publicada nesta sexta-feira (18), o ministro da Economia Paulo Guedes falou sobre a demissão de Abraham Weintraub do cargo de ministro da Educação, em junho deste ano.

Guedes afirma que o governo estava sendo pressionado após as declarações polêmicas do então titular do MEC, e que a sua exoneração foi uma “sinalização”. Segundo o ministro, Weintraub pretendia “partir para cima do Supremo”.

Confira abaixo o trecho da entrevista:

A democracia esteve em algum momento em risco? Não, jamais. Mas teve um momento de muita tensão, quando o Supremo sinalizou que podia apreender os telefones do presidente da República. Me lembro que teve uma reunião de ministros e o Weintraub chamando para o pau. O presidente chegou lá bufando: “Fala aí, Abraham, fala aí, Abraham”. Aí o Abraham: “Quero saber quem está comigo. Eu vou partir para cima do Supremo, e o Supremo vai querer me prender. Antes de ele me prender, vou fazer uma passeata e partir para cima do Supremo e quero saber qual ministro está comigo e quem está com os traidores”. Nessa hora, eu interferi. Disse que estávamos caindo numa armadilha, que o script já estava montado, que aquilo era inapropriado. Os generais presentes me apoiaram. Sugeri ao presidente mandar o Weintraub para o Banco Mundial, em junho. A partir daí, as coisas se acalmaram entre o governo e o STF. (…)