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“Crise sem precedentes”: Entidades pedem afastamento do presidente do Inep

O presidente do Inep, Danilo Dupas
O presidente do Inep, Danilo Dupas. Foto: Divulgação

Entidades ligadas à educação entraram com ação civil pública que pede “afastamento mediato” do presidente do Inep. Danilo Dupas preside o instituto responsável pela aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A ação foi impetrada pela Ubes, Educarfo e CNDE.

A ação foi impetrada nesta quarta (17) e cita a “crise sem precedentes” no órgão. Diz que ela é “responsabilidade direta dos dirigentes” da instituição. Também culpa Jair Bolsonaro e o ministro da Educação, Milton Ribeiro:

“A crise sem precedentes que atravessa o Inep, de responsabilidade direta dos dirigentes dos entes públicos demandados, a saber, o presidente da República, o ministro da Educação e o presidente do Inep, tende a afetar igualmente os processos que se desenvolvem após a aplicação do Enem, como a correção das provas e a divulgação das notas”, dizem as entidades no documento.

Nas últimas semanas, 37 servidores pediram exoneração do cargo no instituto. Há denúncias de assédio moral para suprimir questões do exame.

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Inep deixou Governo Bolsonaro cortar questões do Enem

O governo Bolsonaro cortou questões do próximo Enem.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) passou a imprimir a prova previamente para submeter o conteúdo a Bolsonaro.

O procedimento é inédito e não foi adotado em anos anteriores. Com isso, mais pessoas tiveram acesso ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) antes da aplicação.

Quem examinou a primeira versão foi o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Oliveira, que está no cargo desde maio. 24 questões foram retiradas da prova após “leitura crítica”. Algumas dela foram consideradas “sensíveis”.

A retirada de questões da prova para deixá-la com a “cara” do governo, deixou o Enem descalibrado. O exame tem uma quantidade de questões consideradas fáceis, médias e difíceis. 13 das questões suprimidas foram reinseridas após constatar que houve mudanças no nível de dificuldade.

Segundo servidores, Danilo Dupas, atual presidente do instituto, deixou claro que a prova não poderia ter perguntas consideradas inadequadas pelo governo. A pressão é entendida por servidores como um assédio moral. Relatam ainda que a pressão atual já levou a autocensura dos grupos que escolhem as questões.

 

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