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Intenção foi só ‘fazer lazer’, diz organizador do primeiro grande ‘rolezinho’

Jefferson Luís, ou MC Jota L, seu nome artístico, é o primeiro organizador conhecido de um “rolezinho” no shopping, nos moldes dos que foram feitos a partir de dezembro. Numa amostra da criminalização do tema, o rapaz de 20 anos, que trabalha como entregador e mora em uma favela na Avenida Guarulhos, agora tem advogada e prefere não dar seu sobrenome nem comentar eventuais problemas com a polícia.

Em entrevista ao Estadão, ele disse que a intenção era criar opção de lazer.
“A ideia inicial foi reunir os jovens para se encontrar no shopping e fazer as coisas normais que os outros fazem: tomar sorvete, conhecer pessoas novas” afirmou ele. “A intenção foi mesmo fazer um meio de lazer, que a gente não tem em Guarulhos nem em São Paulo. No fim de semana, jogo bola, empino pipa com a criançada e internet. A única coisa que a gente tem é isso. O único lugar de lazer é o Bosque Maia, que não tem atrativo para jovem.”

Para ele, houve um mal-entendido ali.

“Houve um corre-corre, um mal-entendido, não teve roubo nem arrastão. Acho que eles estão colocando muita coisa onde não tem. Teve um tumulto, sim, mas não foi tudo isso que as pessoas estão pensando que foi. No momento do corre-corre, eu não estava dentro do shopping. Meus colegas me disseram que estava um grupo de pessoas na praça de alimentação, não estava ocorrendo nada, mas uma mulher se sentiu ameaçada, ligou para a polícia e a polícia entrou no shopping. E quando você vê um monte de policial com cassetete na mão, você pensa o quê? Todo mundo correu, com medo. Foi aí que começou o tumulto.”

Saiba Mais: Estadão