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Lava Jato ameaça cancelar delação de empreiteiro se ele não acusar filho de Lula

De Felipe Bächtold na Folha de S.Paulo.

O delator Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, omitiu irregularidades envolvendo um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seus relatos a autoridades da Lava Jato, segundo o Ministério Público Federal, o que tornou incerto o futuro de seu acordo de colaboração.

Delator há quatro anos, Azevedo foi alvo em dezembro passado de três mandados de busca e apreensão cumpridos na fase da Lava Jato batizada de Mapa da Mina.

Essa etapa da força-tarefa apura se o sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo petista foi comprado com dinheiro de propina da empresa de telefonia Oi, por meio de sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente. A Oi tinha o grupo Andrade Gutierrez como um de seus controladores. 

Reformas patrocinadas por empreiteiras nesse sítio motivaram a condenação do ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro. Em 2010, Jonas Suassuna, sócio do filho de Lula, comprou o sítio junto com Fernando Bittar (filho de Jacó Bittar, amigo de Lula). Ele pagou R$ 1 milhão, e Bittar o restante. 

A Lava Jato, em petição à Justiça na qual pediu os mandados de busca contra o ex-presidente da Andrade Gutierrez, afirmou que, embora o empresário tenha firmado acordo de colaboração, “nele não tratou sobre os ilícitos narrados na presente peça”.

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PS: Este é o modus operandi da Lava Jato. Pressiona um acusado para ouvir dele o que necessita para se encaixar na narrativa pré-constituída. Lawfare é o nome da prática. Ao reabrir investigação sobre o filho do Lula, a Lava Jato se vinga de Lula, alcançado pela decisão do STF sobre a segunda instância. Quer constranger a sua família.