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Líder do MBL diz que acabou o tempo para Nando Moura e Mamãe Falei: “direita virou gueto de oportunistas”

Renan Santos, do MBL, na discursa na Paulista

De Renan Santos no site do MBL.

Os últimos ataques baixos ao MBL, mais notadamente a tentativa frustrada de linchamento via assessores do PSL, deixaram clara uma perspectiva um tanto quanto estranha no debate público recente.

O que chamamos de direita vem se transformando num gueto de oportunistas; gente que nunca leu um livro se comporta como fiscal ideológico, determinando quem pode ou não utilizar-se da alcunha de liberal, conservador ou o rótulo que preferir.

A prática tornou-se mais comum no youtube, onde proliferam canais histéricos com audiência altíssima. Foi-se o tempo de Nando Moura, Arthur do Val ou Ideias Radicais. Onda após onda, como invasões bárbaras, novos palpiteiros surgem, com qualidade decrescente e ansiedade galopante. Alimentam-se do desespero de uma classe média à procura de amparo, debatendo-se entre narrativas de whatsapp e memes simplificadores.

Sim, antes que se pergunte, caro leitor, temos sim culpa no cartório. Ao MBL cabe uma reflexão sobre seu papel na dissolução do debate público em mero espetáculo fugaz, que desvanece no ar tão logo a próxima narrativa toma corpo no palco das redes. Será um doloroso momento de reencontro com os erros do passado para compreender o presente.

O show de horrores surpreende pois além de burro, é tosco. Teses que consideramos mortas, como a intervenção militar, voltam à tona em meio a um governo administrado por … militares! É um universo de confusão, onde heróis anônimos (o “caminhoneiro do áudio”, o “cabo e o soldado”, o “general que não quis se identificar”) se misturam a figuras reais e já deificadas, como Bolsonaro, Moro e Olavo de Carvalho.

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