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Mais de mil pessoas já morreram no mundo por substância encontrada na cerveja Backer

Cerveja Belorizontina, da Backer
Foto: Reprodução/Instagram

Do Estadão:

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O nome do solvente extremamente tóxico responsável pela tragédia: dietilenoglicol ou DEG. Trata-se da mesma substância encontrada na cerveja Backer, em Minas Gerais.

Embora a toxicidade do dietilenoglicoltenha sido estabelecida em 1937, nada menos que outras 12 epidemias de envenenamento pela substância foram registradas em várias partes do mundo desde então, a grande maioria de responsabilidade da indústria farmacêutica. Pelo menos mil pessoas morreram.

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A contaminação de bebidas, como a registrada no Brasil, no entanto, não é inédita. Em 1985, descobriu-se que vinhos austríacos estavam repletos de DEG. Milhares de garrafas foram recolhidas e não houve registro de morte.

“O DEG é altamente tóxico, mas isso já está bem determinado desde 1937”, afirma André Pimentel, do Departamento de Química da PUC-RJ e do Conselho Estadual de Química. “A intoxicação de pessoas geralmente acontece por acidente, vazamento ou contaminação.”

Pimentel explicou que a substância é comumente usada na indústria como anticongelante (permite o resfriamento de líquidos abaixo de zero grau sem o congelamento) e também como solvente.

“A toxicidade vem da ingestão oral; pela pele, a absorção é muito baixa”, explica. “Mas quando entra no sistema gastrointestinal é rapidamente distribuída pela corrente sanguínea e alcança o fígado e, posteriormente, os rins.”

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