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Mello Franco: “Carlos Bolsonaro disse o que o pai pensa”

Jornalista Bernardo Mello Franco no Roda Viva. Foto: Reprodução/YouTube

O colunista Bernardo Mello Franco aborda o caso do Carluxo em sua coluna no Globo. “O novo surto de Carlos Bolsonaro espelha as ideias autoritárias do pai. Jair foi eleito nas urnas, mas nunca escondeu o desprezo pela democracia. Em oito mandatos na Câmara, notabilizou-se por exaltar a ditadura, enaltecer torturadores e desdenhar a participação popular na política. ‘Através do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada’, declarou, em 1999. Na mesma entrevista, ele defendeu o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso, pregou o fechamento do Congresso e explicou o que faria se chegasse ao poder: ‘Daria golpe no mesmo dia. Não funciona'”.

Ele desenvolve: “Na campanha presidencial, Bolsonaro deixou claro que suas convicções não mudaram. Ele ensaiou contestar a apuração dos votos em caso de derrota, insuflou seguidores contra a imprensa e afirmou que os rivais teriam que escolher entre a cadeia e o exílio. Em outro momento, ameaçou submeter o Supremo Tribunal Federal com a nomeação de dez ministros biônicos. O filho Eduardo foi mais direto: disse que só precisaria de “um soldado e um cabo” para fechar a Corte. Ao vestir a faixa, Bolsonaro prometeu cumprir a Constituição, mas continuou a fazer a apologia do autoritarismo. Na semana passada, ele aproveitou uma solenidade para dizer que a ditadura foi “nota dez”. Um dia depois, expôs o país a novo vexame com elogios ao general Augusto Pinochet”.

E completa: “O vereador Carlos recorreu à mesma fórmula em seu tuíte contra as ‘vias democráticas’. Ao escrever que ‘a transformação que o Brasil quer’ não acontecerá pelo caminho institucional, o Zero Dois justificou a paralisia do governo e municiou os extremistas que o apoiam cegamente”.