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Mulheres ficam viciadas em sexo após uso de remédios para síndrome; entenda

Casal fazendo sexo. Foto: ilustração

Vinte mulheres relataram à BBC que medicamentos agonistas da dopamina, prescritos para a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI), causaram graves efeitos colaterais, incluindo comportamento sexual de risco, sem que fossem alertadas por seus médicos. Um relatório interno da farmacêutica GSK, de 2003, já apontava uma ligação entre esses remédios e comportamentos sexuais “fora dos padrões”, citando até um caso de agressão sexual.

As pacientes descrevem impulsos incontroláveis. Claire, que tomava Ropinirol, conta que saía de madrugada em busca de sexo. “Ainda há um elemento na sua cabeça que sabe que o que você está fazendo é errado, mas isso te afeta a ponto de você não saber que está fazendo”, relatou. Os impulsos desapareceram quando ela parou a medicação. Algumas mulheres também relataram compulsão por jogos e compras.

Especialistas afirmam que esses efeitos, que afetam entre 6% e 17% dos pacientes com SPI que usam tais drogas, são subnotificados devido ao estigma. A neuropsiquiatra Valerie Voon, da Universidade de Cambridge, defende que os riscos de comportamento sexual de risco sejam especificamente alertados, dado seu impacto “devastador”.