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Na contramão do Brasil: Argentina adota modelo uruguaio para produção de maconha medicinal

Reportagem de Sylvia Colombo na Folha de S.Paulo informa que, em duas semanas, chegam à Argentina as primeiras sementes para o cultivo oficial de maconha. O movimento se tornou possível após o Ministério de Segurança conceder, na última segunda-feira (11), permissão para que a província de Jujuy instale, em um território de 15 hectares, um campo de plantação, um laboratório e de um centro de estudos médicos e científicos relacionados à planta.

De acordo com a publicação, a Argentina já tinha aprovado o cultivo da droga para uso médico em março de 2017. Porém, como o Estado não havia, até então, concedido as licenças necessárias para a produção, criou-se uma situação anômala, em que o uso medicinal estava aprovado, mas para se ter acesso à medicação era necessário recorrer ao mercado negro, ou cultivar em casa. “Eu não posso correr esse risco de buscar um ‘dealer’, sou professora, não posso ir parar num local de venda ilegal e de repente ser presa por isso”, diz à Folha Irina Ragno, 42, que tem um filho com esquizofrenia.

Com um grupo de outras mães, ela tem feito petições ao governo para que sejam mais acessíveis, por vias legais, os remédios produzidos em outros países. A maconha de uso medicinal tem uso liberado para fins diferentes, de acordo com cada país. Os casos em que sua utilização é mais recomendada pelos médicos são os de alívio de dores e de efeitos colaterais provocados pela quimioterapia, episódios de esquizofrenia e outros. Porém, cada paciente deve ser avaliado e obter receita individualizada para seu caso, como já ocorre no Uruguai, completa a Folha.

Produção de maconha. Foto: AFP