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Na Greve Global pelo Clima em Nova York, uma frase ecoa como marteladas: ‘Não temos um planeta B’

Greve Global pelo clima em Nova York. Foto: Reprodução/YouTube

Reportagem de Giovana Girardi no Estado de S.Paulo informa que a marcha e greve pelo clima que ocorreram em várias partes do mundo, atraindo, estima-se, cerca de 4 milhões de pessoas, em 150 países, aumenta a pressão sobre Cúpula do Clima da ONU, convocada pelo secretário-geral da organização, António Guterres, para esta segunda-feira, 23. Ele clamou aos chefes de governo, empresários e lideranças a terem mais ambição em suas políticas e ações para combater o aquecimento global. Cálculos feitos por vários cientistas já mostraram que as metas estabelecidas pelos países junto ao Acordo de Paris de redução das emissões dos gases de efeito estufa ainda mantêm a Terra em uma trajetória de aquecimento de 3ºC até o final do século. É preciso, portanto, ter ações muito mais impactantes para evitar isso.

De acordo com a publicação, os atos desta sexta foram o ápice de um movimento que começou em agosto do ano passado com a adolescente sueca Greta Thunberg, então com 15 anos, que, indignada com o que aprendia sobre mudanças climáticas, resolveu ela mesma tomar uma ação. Passou, então, a fazer greve escolar todas as sextas-feiras para ir à frente do Congresso em Estocolmo pedir para que os líderes do país tomassem medidas concretas para evitar que o planeta sofra consequências ainda piores do que as que já estão ocorrendo. O protesto silencioso dela logo se transformou em um movimento mundial e bem barulhente – as chamadas “Fridays for Future”. “Por que estudar por um futuro que está sendo tirado de nós? Um futuro que está sendo roubado para que alguns lucrem”, disse ela nesta sexta, em um palanque montado no Battery Park, no sul da ilha de Manhattan, para onde todos os manifestantes se dirigiram após marcharem pelo centro da cidade.

“Alguns nos dizem que deveríamos estudar para nos tornarmos cientistas do clima, políticos, mas até lá será tarde demais, não podemos esperar”, afirmou, levantando o público que por mais de cinco horas se manifestou de modo animado, pacífico, mas com mensagens firmes. As palavras de ordem eram principalmente: “Não há um planeta B”, “Nossa casa está queimando” e “Justiça climática já”, em referência ao fato de que são os mais pobres quem mais já sofrem e vão continuar sofrendo com um mundo em transformação. Indígenas brasileiros da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) chamaram a atenção para as ameaças que eles estão sentindo com o governo Bolsonaro, completa o Estadão.