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No governo Bolsonaro. PF reduz número de operações e apreensões

Do Estadão:

Jair Bolsonaro em cerimônia da Polícia Federal. Foto: Divulgação

No governo Jair Bolsonaro, a Polícia Federal faz menos operações, prende menos bandidos e apreende menos armas do que no último ano do governo Michel Temer.

A maioria dos indicadores do órgão caiu nos dois primeiros anos da atual gestão. As prisões em operações, por exemplo, diminuíram 40% quando se compara o número de 2020 com o de 2018.

A redução não pode ser creditada só à pandemia de covid-19, pois a tendência começou em 2019, na gestão de Sérgio Moro no Ministério da Justiça, e se acentuou quando André Mendonça assumiu a pasta, há um ano.

Para especialistas ouvidos pelo Estadão, os números são reflexo da instabilidade no comando da PF – que teve três diretores-gerais no governo Bolsonaro –, do impacto da Lei de Abuso de Autoridade e da reversão de avanços institucionais que garantiam mecanismos eficientes de combate ao crime organizado, aos delitos ambientais e à corrupção.

Há um ano, Moro deixava a pasta da Justiça após acusar Bolsonaro de ingerências no órgão. O estopim da saída foi a reunião ministerial de 22 de abril na qual o presidente disse sobre os adversários: “Eles querem a nossa hemorroida”.

No caso das prisões, considerando o ritmo ano a ano, o maior decréscimo aconteceu em 2019. Em relação a 2018, o número caiu 36%.

Em 2020 houve nova redução, de 7%. De 2013 a 2018, a soma das prisões temporárias, preventivas e em flagrante nas operações comuns e especiais da PF cresceu ano a ano, saindo de 1.997 casos e atingindo o pico de 5.064 ao fim do governo Temer.

No primeiro ano de Bolsonaro, o total caiu para 3.225 e, em 2020, para 2.991.

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