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OMS desmente Bolsonaro e nega que assintomáticos não repassam vírus

Maria van Kerkhove – OMS
Imagem: Christopher Black/OMS

Da Coluna de Jamil Chade no UOL.

A OMS nega que tenha dado qualquer sinal de que esteja defendendo para a possibilidade de uma abertura mais rápida das economias e que estudos tenham concluído de forma definitiva que pessoas sem sintomas não repassam o covoronavírus.

Ontem, a chefe da unidade de doenças emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, afirmou que algumas pesquisas indicam que pacientes assintomáticos têm poucas chances de transmitir a covid-19. Ela, porém, citou apenas um estudo de pequeno porte feito pela China. Imediatamente, milícias digitais do governo iniciaram uma campanha para indicar que tal declaração significaria o fim das quarentenas.

Na manhã de terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro repetiu os comentários de suas redes sociais, indicando que espera uma “reabertura mais rápida” após a divulgação da Organização Mundial de Saúde (OMS) ontem, de que a disseminação assintomática do coronavírus é “muito rara”. Bolsonaro, como já havia feito no passado, voltou a distorcer a informação da OMS. Para ele, “o pânico começa a se dissipar”. “Quem sabe poderemos voltar à normalidade que tínhamos no começo deste ano”, disse.

Nesta terça-feira, Van Kerkhove negou que haja uma mudança de recomendação e explicou que a comunidade internacional hoje não sabe dizer qual é a proporção de pessoas transmitindo o vírus. Segundo ela, muitas das pessoas sem sintomas são mais jovens.

Ela pede ajuda dos governos para entender ainda quando uma pessoa é mais infecciosa. Um dos estudos apontam que tal momento é quando o paciente desenvolve sintomas, que é quando ele tem mais vírus no corpo. “Estamos só no começo disso tudo”, afirmou.

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