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Oposição venezuelana sofre investigação de propina na Suíça

Juan Guaidó, líder da oposição que se auto-declarou presidente da Venezuela, tem apenas 35 anos mas junto com seus colegas de oposição está sob suspeita Foto: reprodução

Do Estadão

A ascensão de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela levantou uma questão: como um jovem de 35 anos, aliado do opositor preso Leopoldo López, se tornou a principal voz da oposição?

Além da perseguição política do chavismo e da fuga de muitos líderes opositores, denúncias de corrupção ajudaram a manchar a imagem de muitos políticos tradicionais. O caso mais emblemático é de Henrique Capriles.

Em 2013, Capriles quase derrotou Nicolás Maduro na primeira eleição presidencial após a morte de Hugo Chávez. Desde então, apesar de alguns lampejos de liderança, desapareceu. Seu desterro começou com a série de denúncias de que ele teria recebido propina da construtora Odebrecht.

Um levantamento realizado pelas autoridades da Suíça revelou que a oposição venezuelana recebeu da construtora milhões de dólares em contas em paraísos fiscais. Segundo o relatório, pelo menos dez campanhas eleitorais de grupos de oposição foram turbinadas por recursos ilegais da empresa brasileira entre 2006 e 2013.

Um dos principais beneficiados teria sido o grupo de empresários e pessoas aliadas de Capriles, com movimentações de mais de US$ 15 milhões.

Em um documento produzido pelos suíços, ainda em 2017, as autoridades afirmam que “Capriles teria recebido subornos relacionados a obras realizadas em Miranda, Estado no qual o grupo Odebrecht realizou obras importantes”. Parte da investigação tem como base documentos de bancos suíços repassados às autoridades venezuelanas ainda em 2017.

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Para fazer os depósitos, a construtora brasileira usava suas próprias empresas de fachada, entre elas a Klienfeld e a Trident, também identificadas na Operação Lava Jato.

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