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Organizador diz que motocada de Bolsonaro no Rio foi “churrasco” para celebrar ida de Pazuello à CPI

Da coluna de Chico Alves

No ato, Waldir Ferraz (de camisa branca de mangas curtas) apareceu ao lado de Pazuello e Bolsonaro
Imagem: ANDRE BORGES / AFP

Jair Bolsonaro recebeu ontem a ligação de um velho conhecido. Organizador da ‘motociata’ que reuniu no domingo, 23, no Rio, milhares de motociclistas em apoio ao presidente da República, Waldir Ferraz telefonou para dar argumentos que considera suficientes para evitar a punição do general Eduardo Pazuello pelo comando do Exército, por ter participado do ato.

“Lembrei ao Bolsonaro que aquilo não foi movimento político”, contou Waldir à coluna. “Qual partido organizou? Tem que dizer. Eles não vão poder punir o cara, aquilo era uma festa, não tinha nenhuma bandeira a não ser a do Brasil”.

No entanto, o regulamento das Forças Armadas veta a participação de militares não apenas em manifestações partidárias, mas em qualquer mobilização de apoio ou repúdio a governos. (…)

Waldir estava bem ao lado de Pazuello e Bolsonaro, bem na hora em que o general da ativa falou ao público, sem máscara. Por isso, aparece em todos os vídeos veiculados na imprensa e nas redes sociais.

Poucos minutos antes, estava batendo papo com o oficial no alto do carro de som. “Eu elogiei ele. Disse: ‘cara, você matou a CPI no primeiro dia de depoimento. Quando falou o currículo, embolsou todos aqueles que estavam interrogando'”, recorda. “Queria ver nos tempos bons (refere-se à ditadura militar) eles convidarem um Newton Cruz (general que chefiou o Serviço Nacional de Informação nos anos 1980), um Figueiredo (João Figueiredo, último presidente do regime militar) para ser inquirido. Todo mundo estaria em cana”. (…)