Apoie o DCM

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro passou 248 dias em Portugal com salário da Alerj

Wellington Romano da Silva

O Jornal Nacional mostra uma reportagem que complica ainda mais o caso do ex-assessor Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro – dessa vez envolvendo outro funcionário que ficou 248 dias de um ano e quatro meses de assessoria em Portugal. O nome dele é Wellington Sérvulo Romano da Silva e ele teria ajudado a movimentar a conta milionária de Queiroz.

O Coaf encontrou movimentação financeira suspeita nas contas de 75 servidores e ex-servidores de deputados estaduais do Rio e um ex-assessor de Flávio Bolsonaro recebia mesmo em períodos em que estava fora do país.

Um conjunto de prédios na Zona Oeste do Rio é o terceiro endereço ligado à família de Fabrício José Carlos de Queiroz. Nesta quarta-feira (12), o porteiro disse que o ex-assessor do deputado e senador eleito pelo PSL, Flávio Bolsonaro, mora no local.

“Faz mais de semana que eu não vejo ele”.

As duas filhas e a mulher de Fabrício de Queiroz também trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro. Os nomes delas aparecem no relatório do Coaf que apontou para uma movimentação suspeita na conta de Fabrício de R$ 1,2 milhão em um ano.

O relatório mostra que parte desse dinheiro vinha de depósitos feitos por nove assessores e ex-assessores do gabinete. Um desses assessores era Wellington Sérvulo Romano da Silva. O JN foi à casa dele, mas o porteiro deu uma informação curiosa.

“Ele está em Portugal, tem uns dois anos ou mais, 2015 por aí. A família está toda lá, resolveram se mudar para lá”.

Wellington é tenente-coronel da Polícia Militar e foi nomeado em abril de 2015 para trabalhar como assessor de Flávio Bolsonaro na vice-liderança do PP, partido do deputado na época.

Tivemos acesso aos registros dele na Alerj e às viagens que ele fez, sempre pela mesma companhia aérea, a TAP.

No dia 24 de abril de 2015, nove dias depois de ter sido nomeado, Wellington viajou para Portugal, onde ficou 44 dias. Nesse período recebeu o salário e gratificações da Alerj: total de R$ 5.400 por mês.

Ainda em 2015 viajou outras quatro vezes para Portugal. Naquele ano foram 119 dias fora do Brasil. A última viagem do ano foi em 16 de dezembro. Wellington só voltou ao Brasil em 31 de janeiro de 2016. Em março, outra viagem. Saiu dia 9 e voltou 8 de abril.

Mas não foi uma demissão. No dia 18 de maio Wellington foi nomeado para trabalhar no gabinete do deputado Flávio Bolsonaro. Dois dias depois ele embarcou no voo TAP 0070, das 22h45, com destino a Lisboa. Foram mais 15 dias fora do país.

Em 15 de julho Wellington viajou de novo: 45 dias longe do Brasil e do trabalho.

No dia 1º de setembro de 2016 Wellington Sérvulo Romano da Silva foi dispensado mais uma vez do cargo e não voltou mais a trabalhar com o deputado Flávio Bolsonaro.

A Alerj informou que, durante todo o período em que ele esteve na casa, nunca tirou licença. Em um ano e quatro meses em que trabalhou para Flávio, Wellington ficou fora do país por 248 dias – a metade do período.

Numa rede social a mulher de Wellington diz que a cidade onde mora atualmente é Aveiro, em Portugal.

(…)