Papa diz que a América Latina “será vítima até que seja libertada do imperialismo explorador”

Em uma entrevista, concedida na semana passada à agência de notícias argentina Télam, o Papa Francisco defendeu o perfil “popular” da Igreja latino-americana e destacou que a América Latina “será vítima até que seja libertada do imperialismo explorador”.
Em uma de suas falas, o Papa disse o seguinte: “Fiquei impressionado com uma palestra que ouvi de Amelia Podetti, uma filósofa que já faleceu, na qual ela disse: ‘A Europa viu o universo quando Magalhães chegou ao Sul’. Em outras palavras, ela entendeu a si própria a partir da periferia A periferia nos faz entender o centro. Eles podem ou não concordar, mas se você quer saber o que um povo sente, vá para a periferia. As periferias existenciais, não só as sociais. E ali o povo se mostra”.
Além disso, Francisco falou que aquele lugar na periferia onde “se vê a verdadeira realidade”, está a América Latina. A região tem então o desafio de construir a unidade a partir daí e “se libertar do imperialismo”, afirmou ele.
O Papa acrescentou também que “a América Latina ainda está nesse caminho lento, de luta, do sonho de San Martín e Bolívar pela unidade da região. O sonho de San Martín e Bolívar é uma profecia, aquele encontro de todo o povo latino-americano além da ideologia. É isso que precisa ser trabalhado para alcançar a unidade latino-americana”.
E concluiu: “É uma Igreja popular, no verdadeiro sentido da palavra. É uma Igreja que se desnaturalizou quando o povo não conseguia se expressar e acabou sendo uma Igreja de gerentes de fazendas, com agentes pastorais que mandavam. A Igreja latino-americana tem aspectos de sujeição ideológica em alguns casos. Tem e continuará tendo porque esta é uma limitação humana, mas é uma Igreja que pôde e pode expressar cada vez melhor sua organização popular.”.
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