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Parlamentares americanos pedem posição do governo dos EUA contra posturas ‘inaceitáveis’ de Bolsonaro

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Do Estadão

Em carta enviada nesta sexta-feira ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, um grupo de 18 parlamentares americanos do partido democrata pede que o governo se posicione de forma clara contra o que consideram “posições inaceitáveis” do candidato brasileiro à presidência Jair Bolsonaro (PSL). No texto, os congressistas mencionam a disseminação de informações falsas, as falas de Bolsonaro sobre oposição e minorias e sobre a ditadura militar, o recente vídeo do filho do candidato a respeito do Supremo Tribunal Federal, entre outras coisas.

Para os congressistas, as ações de Bolsonaro estão em conflito com “eleições livres e justas” – eles destacam discurso do candidato do PSL contra opositores do PT. “Estamos profundamente preocupados com as ameaças crescentes à democracia, direitos humanos e o Estado de Direito no Brasil. O extremista de ultra-direita, Jair Bolsonaro, é o principal candidato na eleição presidencial e tem se beneficiado de uma campanha eleitoral marcada por violência política e um dilúvio de notícias falsas e desinformação”, escrevem os parlamentares, para abrir a carta.

Os deputados afirmam que Bolsonaro “regularmente” elogia a ditadura militar, foi acusado de discurso de ódio contra minorias e que ele diz que não irá reconhecer o resultado das eleições se perder. “Pedimos que você deixe claro ao governo do Brasil que os Estados Unidos da América consideram essas posições inaceitáveis e que haverá graves consequências se Bolsonaro seguir adiante com as suas ameças feitas na campanha”, escrevem.

Os congressistas citam casos de violência política no País nas últimas semanas. “Mais de uma centena de casos de violência política foram reportados”, afirmam. Eles apontam que o próprio Bolsonaro foi vítima de uma violência política, mencionando a facada que o candidato sofreu durante o período de campanha, e dizem condenar o ato. “É arrepiante imaginar o que pode acontecer com comunidades que veem o crescimento da discriminação e ataques durante um potencial futuro governo Bolsonaro”, escrevem os congressistas, em referência a negros, indígenas e à comunidade LGBT.

Os parlamentares que assinam a carta a Pompeo fazem parte bancada progressista do Congresso. Em julho, 29 parlamentares da bancada fizeram um documento no qual criticavam a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A carta a respeito de Bolsonaro foi encabeçada pelo democrata Ro Khanna, que representa a região do Vale do Silício na Califórnia.

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