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Polícia suspeita que ‘Banco do Crime’, do PCC, lavava dinheiro desviado do combate à covid no Rio

Do Estadão:

Lavagem de dinheiro

O ‘Banco do Crime’, o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentar o dinheiro do tráfico de drogas, é investigado pela Polícia Federal (PF) sob a suspeita de movimentar recursos desviados de hospitais de campanha para a covid-19 no Rio, na gestão do governador cassado Wilson Witzel.

Essa é uma das principais revelações da Operação Tempestade, deflagrada pela PF nesta semana.

Um dos doleiros acusados – Wilson Decaria Junior, o Tio – é ainda o elo entre a apuração da PF e a Operação Sharks (Mais informações abaixo). De acordo com os investigadores, são dois os principais esquemas de lavagem de dinheiro do PCC. Um deles envolve uma doleira identificada pelos criminosos como “Veia”. O outro é o esquema detectado pela Operação Tempestade, que usava pelo menos duas empresas como bancos: o “Banco Neman” e a Bidu Cobranças, Investimentos, Transportes e Participações.

Segundo relatório da PF assinado pelos delegados Rodrigo de Campos Costa e Adriano Mendes Barbosa, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, os investigados criaram estrutura própria para o “branqueamento de capitais por meio do uso de empresas fictícias e de laranjas conscientes”, emitindo notas fiscais frias para justificar a prestação de serviços inexistentes.

O empresário Dalton Baptista Neman é apontado como o líder do esquema criminoso – que incluiria ainda seu filho. A ação contaria ainda com a participação de Decaria Júnior.

Neman e Decaria foram identificados pela PF na Operação Laços de Família, em 2016, que apurou o envolvimento do ex-presidente do Paraguai Horácio Cartes com o contrabando de cigarros para o Brasil.

Neman manteria contato com outras divisões da organização criminosa, como o chamado Núcleo Canadense. É aqui que surgiram as suspeitas da PF de ligações entre o Banco do Crime e os desvios dos recursos pata o combate à covid-19.

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