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Procuradores emparedam Raquel Dodge

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge Luiz Fernando Pezão (José Cruz/Agência Brasil)

O jornalista Josias de Sousa informa em sua coluna na Folha que a procuradora-geral da República Raquel Dodge enfrenta um levante de sua corporação.

A sublevação tem motivação salarial. Procuradores que integram grupos de trabalho e coordenações estaduais ameaçam abandonar os cargos a partir desta segunda-feira. Cobram o pagamento de gratificação por “acúmulo de funções.” Em ofício endereçado aos colegas em pleno domingo, Raquel Dodge fez um “chamamento ao diálogo.” A pressão por gratificação tem origem numa decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal.

Ele revogou, em dezembro de 2018, as liminares que permitiam o pagamento de auxílio-moradia de R$ 4,3 mil para juízes e procuradores. Fez isso em troca de um reajuste salarial de 16,38%. A turma da Procuradoria pede agora uma gratificação capaz de repor a perda do bolsa-teto.

Na mensagem deste domingo, Raquel Dodge atribuiu a organização do levante à Associação Nacional de Procuradores da República. Insinuou que, além de flertar com a desmoralização, a corporação desgasta a imagem da própria instituição.

A procuradora-geral anotou: “Respeitosamente, entendo que o propósito de ‘defesa da integridade do Ministério Público Federal e de seus componentes’ dispensa a exposição gratuita da instituição à opinião pública, consequência natural de eventual entrega de funções por membros do Ministério Público, em razão da pauta de reivindicações apresentada”.

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