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Por que Rodrigo Pacheco não pode abrir impeachment de Bolsonaro?

Jair Bolsonaro ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
Jair Bolsonaro e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Imagem: Mateus Bonomi/Agif – Agência de Fotografia

O anúncio de Bolsonaro de que processará ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) despertou interesse pelo impeachment do presidente.

Uma vez que o artigo 52, citado pelo mandatário, também garante ao Senado a competência de julgar o presidente, houve a dúvida:

Bolsonaro pode ter um revés e acabar sendo alvo de impeachment?

A senadora Simone Tebet explica:

“O impeachment do Presidente da República é um processo político-jurídico. A Câmara admite o pedido e o Senado julga. Cabe exclusivamente ao presidente da Câmara acolher o pedido e iniciar o processo”.

No caso, a competência da casa legislativa se dá somente em caso de impeachment de magistrados.

“Já no caso de impeachment de Ministro do STF, o processo ocorre apenas no Senado”, diz Tebet.

A declaração de guerra de Bolsonaro

Após ataques, ameaças e provocações, Bolsonaro decidiu declarar guerra oficialmente.

O presidente recentemente foi incluído no inquérito das fake news e virou alvo de processo administrativo na corte eleitoral.

Atualmente, são sete investigações que miram o presidente nos dois tribunais.

Nas últimas semanas ele tem ameaçado os ministros da Corte.

O presidente sugeriu colocar apoiadores nas ruas para “dar o último recado” a Barroso.

“Se o povo estiver comigo, nós vamos fazer com que a vontade popular seja cumprida”, disse ele no cercadinho.

Ele também chamou Moraes de “ditador” e ameaçou:

“A hora dele vai chegar”.

Ironicamente, a declaração de guerra do presidente à Corte não surgiu quando mandou colocar tanques de guerra nas ruas.

O conflito foi anunciado pelo Twitter, quatro dias depois do ato golpista.

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