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VÍDEO: Universitária acusa coronel da FAB de racismo: “Me chamou de orangotango”

Coronel da FAB é acusado de injúria racial: “me chamou diversas vezes de orangotango”, diz universitária atacada nesta última quinta-feira (14). Foto: Reprodução

A estudante de enfermagem Ellen Pereira da Silva, 23 anos, usou as redes sociais para denunciar que teria sido vítima de injúria racial no bar New Mercadito, localizado na 201 Sul, em Brasília, na noite desta última quinta-feira (14). De acordo com o relato da jovem, o autor das ofensas é o coronel aviador da Força Aérea Brasileira (FAB) Mauro Rogério Gomes Pessanha.

Ellen conta que o oficial se aproximou dela e de um amigo e xingou os dois de “chimpanzé” e “orangotango”. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu investigação sobre o caso.

No vídeo, a universitária conta que um tempo depois de chegar ao estabelecimento, viu outra jovem sentada sozinha em uma mesa próxima à sua, e que o militar estava a importunando. “Vimos ela super sem graça e chamamos para se sentar conosco”.

Após se juntar a Ellen e seu amigo, a jovem tentou ir ao banheiro, para despistar o coronel. Logo em seguida, o militar se aproximou da estudante e de seu amigo e começou a insultá-los. “Ele disse que era macho-alfa e, quando via uma fêmea sozinha, tinha de ir lá. Disse que tinha estudo e nós, não […] que era coronel, que tinha influência na política, e que, para ele, éramos dois chimpanzés, dois orangotangos”, contou. 

“Quando eu tentei fingir que não estava ouvindo e virar de costas, ele ficou insistindo para que escutássemos. Ele insistiu várias vezes as ofensas”. Ela afirma que inclusive chamou um garçom para afastar o homem, mas o funcionário teria rido. Pouco tempo depois, um segurança retirou o coronel do ambiente. Ellen relata que o militar fez gestos obscenos com mão antes de ir embora do bar.

“As pessoas gostam de postar ‘Vidas Negras Importam’, mas quando acontece uma situação como essa perto da pessoas ninguém faz nada. Em volta de mim e do Gabriel (amigo) tinha um monte de gente, e ninguém nem ao menos perguntou alguma coisa para gente. Todo mundo ficou só olhando, e quando ele foi embora fingiram que nada tinha acontecido”.

Confira o vídeo completo da denúncia abaixo:

Mauro Pessanha negou ter feito comentários racistas durante a interação que teve com os dois jovens no bar. “Passei 15 minutos no bar ontem, a convite de um amigo, e saí para outro local. Estávamos conversando e eu falei, em algum momento: ‘vocês têm raciocínio lento de orangotango?’. As duas pessoas são mais brancas do que eu, que sou negro”, argumentou. O militar ainda alegou não ter acontecido “nada de mais” durante a conversa e resolveu sair de perto da mesa quando viu Ellen gravando, pois “viu maldade ali”.

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