Um dos assuntos que chacoalhou as redes sociais nesta sexta, 10, foi o vídeo de um menino fantasiado de comandante do Bope fazendo apologia de Bolsonaro dentro do avião.
Capitão Guerra, como é conhecido o menino Pedro Lucas Guerra, de apenas 7 anos, subiu nas cadeiras da aeronave e perguntou “quem era Bolsonaro”.
A maioria achou graça.
Lucas não é um desconhecido no meio bolsonarista. O repórter Caíque Lima, do DCM, escreveu sobre ele em fevereiro:
Na semana passada, um garoto fardado portando réplica de uma metralhadora virou atração na Câmara dos deputados.
O Capitão Guerra passeou pelo plenário com seu pai que, mesmo sem autorização para estar ali, foi tietado por bolsonaristas.
A criança que dá vida ao personagem do “Policial Mirim” é o mineiro Pedro Lucas Guerra, um garoto de sete anos cujo Instagram ultrapassa os 10.000 seguidores e estampa o amor familiar a Bolsonaro em seu perfil, que diz “amo meu presidente” acima da propaganda de uma loja “especializada em linha infantil militar”.
Em suas fotos, o garoto posa, usando suas diversas fardas, com policiais, deputados, o próprio presidente e familiares. Em especial, o irmão: Sargento Guerra Mirim, personagem de João Victor Guerra, de 1 ano e 7 meses, que compartilha o gosto de Pedro por fardas e armas.
Ambos são monitorados pelo pai, Rafael Almeida Guerra, empresário e ativista político que coordenou passeatas bolsonaristas em BH e foi acompanhado por Pedro, que aparece em vídeos da época segurando um pixuleco de Lula, usando uma camiseta de Bolsonaro e gritando “eu vim de graça”.
Em entrevista ao DCM, Rafael contou que Pedro, ao ver a PM auxiliando as passeatas, pediu a primeira farda, algemas e um revólver de brinquedo.
“Dei a ele e, após isso, ele se apaixonou pela polícia militar. Hoje, tem todas as fardas. O João Victor, meu outro filho de um ano e meio, de tanto ver essa paixão do irmão, começou a gostar”, conta.
O Instagram do Capitão Guerra foi criado por Pedro e é administrado pelo pai. Já o do Sargento Guerra (João Victor) foi criado por Rafael, “para representar os praças da polícia”.
Após a visita do Policial Mirim à Câmara, choveu críticas ao pai.
Sâmia Bomfim, por exemplo, ao comentar a notícia em seu Twitter, disse:
“Réplicas de armas de fogo são proibidas no Brasil. Armas são proibidas para crianças. É proibido entrar com armas (ou réplicas) no plenário da Câmara. Nada disso importa para a bancada da morte, aquela que se diz a favor da vida. Que cena lamentável”.
Mesmo assim, o empresário não se abalou.
Em seu Instagram, publicou a notícia e afirmou que seu filho “virou o mascote da bancada da bala na câmara”.
Rafael não se preocupa com a exposição do filho na internet e diz que críticas da esquerda não o atingem porque “são um bando de doente mental”(sic).
“Quando viram uma criança tocando um homem nu em um museu, em uma exposição, acharam o máximo, agora meu filho fardado com uma arma de brinquedo é um absurdo”, reclama.
Futuro do garoto:
Segundo o pai, quando não estão interpretando o papel do Capitão e Sargento Guerra, as crianças “têm uma vida normal: brincam de bola, de carrinho, jogam videogame”.
“Antes da campanha presidencial, o Pedro tinha medo de polícia, e, depois disso, além dele perder esse medo, é uma profissão que ele escolheu ser. E tem mais: ficou entre os 3 alunos da sala dele com melhor desempenho no ano passado. Ou seja, ele sabe que para ser um policial terá que ter disciplina e estudar”.
Bolsonaristas têm feito montagens de Pedro ao lado da filha do presidente, o Capitão Guerra Mirim já é cotado como candidato às eleições de 2062 como vice de Laura Bolsonaro, ambos pelo Aliança Pelo Brasil.
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