Namorado de influencer digital suspeito de matá-la e se suicidar era cidadão de bem, lavajatista e bolsonarista

Atualizado em 21 de abril de 2021 às 19:57
Post do Instagram de Lívvia Bicalho com Rafael Ribeiro Pinto, feito seis semanas antes da morte dela

A cantora e influenciadora Lívvia Bicalho, de 37 anos foi encontrada morta junto a seu namorado, Rafael Ribeiro Pinto, 39 anos, em seu apartamento em João Monlevade, região central de Minas Gerais.

Por volta das 13h, a polícia foi acionada depois de os vizinhos ouvirem barulhos de tiros após uma briga do casal. No local, Rafael foi encontrado com um revólver 38 na mão e um tiro na cabeça.

Já Lívvia tinha um disparo no peito.

A polícia trabalha com feminicídio seguido de suicídio.

Lívvia tinha quase 100 mil seguidores no instagram e demonstrava muito amor pelo namorado. Na última eleição, foi candidata a vereadora pelo partido Avante, com a plataforma de defesa das mulheres.

Há seis semanas, no aniversário dele, escreveu uma declaração de amor. “Saiba que sempre estarei do seu lado e farei dos seus sonhos os meus sonhos também”, afirmou.

Rafael se apresentava como sócio-propretário da Transportadora Ferreira Pinto e day trader. Vendia carros nas horas vagas.

Era o típico cidadão de bem.

Em seu perfil no Facebook, encontram-se postagens em comemoração à eleição de Bolsonaro, em defesa de Sergio Moro da Lava Jato e contra Lula, o PT, o comunista etc.

Era um compartilhador de postagens do MBL e de Joice Hasselmann.

Disseminou muitas fake news durante as eleições e era apoiador de um tucano em sua região.

Fã de Danilo Gentili, Jonathan Nemer e outros humoristas de extrema direita, compartilhou diversos vídeos e posts deles com ataques à esquerda.

Alexandre Garcia, Ratinho e Emílio Surita eram constantes.

Militares disseminando fake news eram igualmente da predileção de Rafael. Um de seus posts foi vetado pelo Facebook por conter conteúdo falso.