Eleições 2018

Negacionista do Holocausto, que disse que Hitler ‘transformou a Alemanha’, faz campanha para Bolsonaro nas redes

Altair Reinehr em frente à casa onde nasceu Hitler

A vice-candidata ao governo de Santa Catarina pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, se chama Daniela Reinehr.

O pai dela, Altair Reinehr, é um conhecido revisionista e negacionista do holocausto judeu.

Reihner foi amigo e testemunha de defesa no julgamento de Siegfried Ellwanger Castan, fundador da Editora Revisão, que publicava livros antissemitas.

Castan foi condenado à prisão por racismo pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Recorreu ao STF e perdeu.

Um de seus livros era intitulado “Acabou o Gás!… O Fim de um Mito” (uma amostra do “humor” alemão).

O Facebook de Reihner é lotado de postagens em apoio a Bolsonaro e ao Comandante Moisés, que disputa o segundo turno com Gelson Merisio (PSD).

Professor e conferencista, ele mora na cidade de Maravilha.

Em 2005, escreveu um artigo no diário “A Notícia”, de Joinville, em que afirmava que o número de judeus mortos pelo nazismo era muito menor que os consagrados 6 milhões.

Estes índices teriam sido inflacionados para esconder a “barbárie dos aliados”.

Diz ele:

Encerrada a 2ª Guerra Mundial na Europa, com a rendição incondicional da Alemanha, os Aliados – vencedores e arautos da democracia e da liberdade de expressão – precisavam de pretextos para justificar seus hediondos crimes e ocultá-los sempre que possível. E assim passou-se a falar nos campos de concentração de Dachau (este visitei), Treblinka, Sobibor, Sachsenhausen, Majdanek, Birkenau e outros, especialmente o de Auschwitz, sinônimo de matança de judeus em quantidade industrial.

Foi aí que surgiu a lenda do holocausto e o mito dos 6 milhões de judeus mortos em câmaras, onde o gás caía de chuveiros! Isso com maior intensidade a partir de 1967 e com ímpeto total após a queda do muro de Berlim.

Em Auschwitz foi erigido pomposo monumento, com 19 lápides, com dizeres em 19 idiomas distintos: “Aqui 4 milhões de pessoas foram torturadas e assassinadas pelos genocidas hitlerianos”. Em 1979, até o papa João Paulo 2º, em visita àquele local, foi confrontado com essa infame mentira.

Em 2011, publicou uma série de relatos sobre uma viagem à sua amada Germânia. Num deles, conta que esteve na residência onde nasceu Hitler:

Braunau é a cidade natal de Adolf Hitler, que após uma infância bastante infeliz, teve uma adolescência e juventude marcada por enormes dificuldades, sacrifícios de toda a ordem e notadamente incompreensões. Após a I Guerra Mundial, passou vários anos numa prisão em Landsberg, onde escreveu o seu livro “Mein Kampf” (Minha Luta).

Depois, ingressou na política e em 30 de janeiro de 1933 foi nomeado Chanceler da Alemanha. Neste posto, realizou algo inédito e até hoje não imitado. Num curto espaço de tempo, acabou com o problema do desemprego de 6 a 7 milhões de pessoas, revitalizou a indústria, moralizou os serviços públicos e transformou a Alemanha num canteiro de obras. Por sua iniciativa, a Alemanha foi dotada de rodovias – por muitos ainda hoje consideradas – as mais modernas do mundo. E isso foi na década de 30…!

Enquanto tudo ia bem, sua popularidade como estadista crescia, chegando a ter mais de 90% de aprovação. A “história oficial” o considera como o causador da II Guerra Mundial, o que cada vez mais está sendo questionado por historiadores de renome de diferentes países. Encerrado o conflito, com a derrota da Alemanha e seus aliados – de “estadista mais amado e mais popular do mundo” – foi jogado no outro extremo.

Hoje – oficialmente – é o estadista mais odiado, notadamente na Alemanha, onde é proibido “FALAR BEM DE HITLER”, publicamente. Nem é permitido lembrar obras reconhecidamente positivas. (Aqui convém observar o seguinte: nas escolas dos países europeus, não se ensina a conhecer o governo de Hitler, nem o que era o Nacional-Socialismo, mas ensina-se a odiar ambos.) E tudo isso em nome da democracia, da verdade e da “…liberdade de expressão…!”

A casa onde Hitler nasceu localiza-se numa esquina duma ampla avenida, no centro de Braunau. Tem três andares e não está aberta à visitação. Em frente à casa há uma enorme pedra, onde, de um lado lê-se: “Stein aus dem Konzentrationslager Mauthausen” (Pedra do campo de concentração de Mauthausen). Do outro lado há a inscrição: “Für Frieden, Freiheit und Demokratie. Nie wieder Faschismus. Millionen Tote Mahnan”. (= Para a paz, liberdade e democracia. Nunca mais fascismo. Milhões de mortos advertem”. ) Não é mencionado o nome do “Adolf…!” Por que será…?! 

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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