Como Carlos Bolsonaro dribla lei para se ausentar da Câmara, vetar suplente e garantir benesses

O migué do 02 custa R$ 235.247,37 por mês (valores de julho de 2022) ao parlamento carioca

Atualizado em 8 de fevereiro de 2023 às 10:17
Jair e Carlos Bolsonaro

Carlos Bolsonaro vai usar uma brecha do Regimento Interno para uma manobra legal, mas imoral até para os padrões da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde ele exerce o cargo de vereador.

É o que se comenta em cada canto do Palácio Pedro Ernesto, sede do parlamento carioca: Carluxo vai pedir licença não remunerada de 120 dias, expediente que já usou na eleição do ano passado.

A chicana salta aos olhos por 2 motivos:

1) o parlamentar se ausenta, mas o suplente não pode assumir; 2) mesmo fora, mantém as benesses, notadamente o salário e demais benefícios de seus 18 assessores.

Carluxo precisou apelar ao esquema no pleito em que o pai perdeu a reeleição para Lula porque não podia mais contar com a regalia do home office, quando permanecia em Brasília bancado pelo cartão corporativo da presidência – a normatização atualizada, conhecida como híbrida, tolera o trabalho à distância apenas aos maiores de 60 anos ou aos parlamentares do grupo de risco à covid.

Na Câmara, a informação de que Carluxo vai pedir nova licença de 120 dias é dada como certa – ele está nos EUA em companhia do pai que viajou ao país estrangeiro em dezembro, dois dias antes da posse de Lula.

O filho 02 do ex-capitão tem medo de sofrer violência porque não conta mais com agentes federais para fazer sua segurança pessoal.

O drible é considerado imoral, mas o regimento garante o direito ao vereador do Republicanos.

Carluxo seguer precisa assinar algum documento, comparecer pessoalmente ou através de meios remotos para requerer o benefício: basta apenas que um de seus assessores protocole um oficio manifestando a intenção junto à mesa diretora.

O regimento interno do parlamento carioca dá a todo vereador o direito de solicitar 120 dias de licença não remunerada a cada ano legislativo, portanto 4 vezes ao longo de cada mandato.

A sessão inaugural de 2023 acontece dia 15 de fevereiro, quando todos os vereadores, sem exceção, devem comparecer presencialmente ao plenário para garantir quórum e iniciar os trabalhos.

Ninguém espera que Carluxo dê as caras.

Ele ficará sem receber salários, mas o prejuízo aos cofres públicos é considerável: a manutenção do staff do filho do ex-capitão custa R$ 235.247,37 por mês apenas com os salários dos 18 assessores, considerando valores de julho de 2022.

Veja a lista dos assessores de Carlos Bolsonaro, e suas respectivas remunerações:

ALESSANDRA RAMOS CUNHA R$ 7.819,26

ALEXANDER FLORINDO BAPTISTA JUNIOR R$ 15.933,62

ALMIR LONGO PEREIRA R$ 7.819,26

EDILSON MOUTINHO SCOVINO R$ 10.667,06

EDIR BARBOSA GOES R$ 16.868,60

EDIVALDO SOUZA DA SILVA R$ 13.272,99

HAROLDO ESPOSITO FERREIRA R$ 16.646,22

JORGE LUIZ FERNANDES R$ 23.367,14

JOSÉ FRANCISCO DOS SANTOS R$ 7.068,66

JULIA WANDERLEY RAMOS R$ 10.060,46

LEVY ALVES DOS SANTOS BARBOSA R$ 17.444,84

LUCIANA PAULA GARCIA DA SILVA ALMEIDA R$ 16.748,72

NELSON ALVES RABELLO R$ 7.068,66

PATRICIA CRISTINA FAUSTINO DE PAULA R$ 9.098,66

REGINA CELIA SOBRAL FERNANDES R$ 13.272,99

RODRIGO THOMÉ TORRES R$ 12.370,86

ROGERIO CUPTI DE MEDEIROS JUNIOR R$ 12.925,17

THIAGO MEDEIROS DA SILVA R$ 16.794,20


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