O afastamento de Renan torna o Brasil melhor. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 6 de dezembro de 2016 às 11:22
O atraso
O atraso

Uma tremenda discussão sobre o afastamento de Renan Calheiros do Senado.

Alguns juristas progressistas criticam. É inconstitucional, alegam. Só o Senado poderia retirá-lo, o que, pela lei das probabilidades, não ocorreria nunca.

Há a desconfiança de que a saída de Renan seja parte de um esforço do Poder Judiciário para controlar o país.

Todas as discussões perdem um ponto crucial.

É um avanço um Congresso sem Renan. Assim como foi um avanço um Congresso sem Eduardo Cunha.

Pense num rosto que simbolize o Congresso: é o de Renan.

Agora lembre a inversão patética de alguns meses atrás, quando Renan presidiu o afastamento no Senado de uma mulher honrada.

Dilma submetida a Renan: isso só foi possível porque tínhamos Renan no comando do Senado.

O Congresso tem que passar por uma faxina rigorosa para que o Brasil possa avançar.

A saída de Renan é um passo nesta direção e, como tal, deve ser saudado.

Num mundo menos imperfeito, Renan não estaria há trinta anos no Senado com uma cadeira cativa inexpugnável, a despeito das esmagadoras evidências de corrupção.

Mas o mundo é o que ele é, e fomos obrigados a suportar Renan por muito mais tempo do que merecíamos.

Um Congresso sem Renan é um Congresso melhor. É um Brasil melhor.

Isto não pode ser esquecido.